quarta-feira, maio 31, 2006

Mundos

Quando este espaço começou a acontecer não conseguia vislumbrar nem o primeiro texto, um pedaço de espaço em branco pronto a ser repleto de rosa e azul, criando (mais) uma união entre duas almas apenas separadas pela distãncia. Aqui no mundo virtual não há distâncias e este espacinho vinha confirmar isso mesmo.
Parecia estranho abrir o "caderno" e começar a escrever, tinha acabado de fechar o Momentos, caderno esse repleto de pequenos devaneios pessoais que me deu imenso prazer escrever mas que teve de ser encerrado. Tinha-se criado o Despreocupadamente comemorando uma outra união, criando uma elite de pessoas fantásticas com as quais tive o privilégio de cruzar e que hoje fazem parte de mim. Durante algum tempo abri outros espaços, anónimamente ou identificados, que foram ficando esquecidos pelo tempo, alguns fechei, outros mantenho abertos e por vezes preencho-os de devaneios loucos sem importância...
Mas o Mundos era diferente, uma especie de diário partilhado que ansiava ser preenchido, e pouco a pouco foi-se criando pedaços de arte, e lentamente as palavras foram sendo compostas ordenadamente em frases e essas, consequentemente, em parágrafos...
Hoje o Mundos é também um pedaço de mim e ao reler os textos que o compoem consigo rever momentos da Vida, alguns partilhados, outros apenas meus que um dia partilharei...
Todos os dias abro este cantinho para escrever, tentando transpor o que me assola o pensamento em palavras coerentes... e por tantas vezes me é impossivel carregar no pequeno botão laranja que os partilharia com o mundo...
Nesses momentos fica o texto, esquecido, amarrotado, no fundo de um baú sombrio à espera de um dia ser descoberto ou destruido...
Os que ganham a essa fracção de segundo ficam aqui, a azul, para serem lidos por quem quiser, ficam estampados num mundo virtual se liga ao real com amarras eternas...

quarta-feira, maio 24, 2006

NÃO HÁ COINCIDÊNCIAS!!!!!!!!

Pois, estive a relêr o meu último post e fiquei a pensar, mais uma vez, na teoria e na busca da verdade.
Depois, abri o e-mail e eis a frase que abre o Evangelho de hoje:
"O Espírito da Verdade há-de guiar-vos para a Verdade completa."
Depois, falamos. Vou voltar às minhas teorias.

Michel de Montaigne

Hoje, o dia começou cedo, mas bem. 5h. Michel de Montaigne. Penso que já me referi a ele num post qualquer, mas sempre que leio algo deste filósofo, sinto que, algures no tempo, eu e ele já fomos um só. Enfim, possivelmente, são apenas devaneios de quem acordou de madrugada, mas já não é a primeira vez que tenho esta manifestação espontânea do Eu (só para entrar já no tema) e, como pertenço àquela classe de pessoas que acha que coincidências nunca devem ser ignoradas...
De qualquer forma, ao constatar esta semelhança entre o meu pensamento e o de um filósofo do século XVI, não posso deixar de sentir-me triste. Há tanta teoria em mim, que às vezes me sinto sufocada. Quando observo o mundo à minha volta, há tanta vida, tantos sorrisos, tantos abraços apertados. Eu, prefiro fechar-me no meu quarto e lêr, pensar, afastar-me dos outros. É estranho confessar-me assim, pois não estou habituada a fazê-lo. Gosto mais de observar, de dizer "muito bem" ou "assim, talvez seja melhor", ou ainda "o Amor é isto e aquilo", etc, etc. Mas, e vivê-lo? E saber como se faz? Não sei. A teoria é tão mais segura. E, no entanto, sei que algo habita no meu coração pois, às vezes, oiço-o bater.
Michel de Montaigne era um melancólico. Seguia rumos incertos, na busca da própria identidade. Ele fazia-o conscientemente. Eu, porém, e aí reside a nossa diferença, faço-o sem disso ter consciência. É na incerteza dos caminhos e nos empurrões do vento, que vou descobrindo a teoria, escondida atrás das árvores, no canto dos pássaros, ou nas constelações.
Talvez quando toda esta teoria chegar a um beco sem saída, eu seja obrigada a deixar de olhar para cima. Talvez descubra que, se olhar para a frente apenas, a teoria perderá todo o sentido no olhar de alguém. Talvez deixe de encontrar-ne no pessimismo de Montaigne e passe a lêr apenas histórias para crianças. Talvez. Espero.

segunda-feira, maio 22, 2006

Parabéns, Estrelinha!

O tempo passa, mas o seu rasto ainda nos acompanha, quem sabe por toda a eternidade. Porquê? Porque o tempo é fruto daquilo que fazemos com ele e, breves segundos apenas, transformam-se num carácter, num ser, numa imagem que teima em ficar. A Vida não tem qualquer valor para além destes breves segundos.
Minha Estrelinha eterna, recordo o teu rosto, como se estivesse a vê-lo diante de mim. Recordo a textura do teu cabelo cinzento, quando costumava penteá-lo e pôr-lhe laca. Recordo a tua foto, "quando ainda eras gente", tão linda, tão pura, tão digna do teu nome.
Quando eu e o Bé ríamos das caras engraçadas que fazias ou quando fugíamos a sete pés, pois estavas zangada... Quando te contava histórias pela noite dentro e obrigavas o avôzinho a ouvi-las, pois "a menina já sabia lêr"... Quando passavas noites em claro a enfeitar os meus cadernos... Quando me obrigavas à perfeição, pois acreditavas em mim... Quando passaste meses a fio a repetir a todos os vizinhos a mesma frase da professora Odete: "se a menina não passasse de ano, ninguém passava"... Quando eu e o Bé competíamos a descascar ervilhas ou feijão, a teu lado... São instantes assim, querida mãzinha, que nunca abandonarão a minha memória, pois fazem parte da pessoa que sou hoje. Aliás, eles são a pessoa que sou hoje, pois poucos acontecimentos me influenciaram tanto como tudo aquilo que me ensinaste! Mal sabias tu o quanto estavam a ser preciosos os doze anos que vivemos contigo...
Chorei ainda muito tempo. Agora, recordo-te com muito carinho e vejo-te da minha janela, quase todas as noites. Sei que temos errado muito, mas sinto que estás orgulhosa de mim e do Bé, pois foste a única que sempre acreditou em nós, incondicionalmente. Sabes, não deixaste que nos separássemos, quando não podíamos defender-nos. Hoje, continuamos "sempre unidos". Este é o meu presente de aniversário para ti - a nossa união, como sempre o desejaste.
Dentro de alguns dias, querida Estrelinha, estarei a celebrar a Primeira Comunhão das crianças do meu grupo de catequese. Até hoje, porém, o que guardo dentro de mim, são as tuas lágrimas, ao ver-me com o cálice na mão, quando o levei até ao altar, no dia da minha Primeira Comunhão. Cânticos da Primeira Comunhão do Bé ainda entoam no meu pensamento, mas sempre acompanhados da lembrança do teu rosto.
A grande parte dos passos que tenho dado na Vida são reflexos da tua imagem, pois a Alma do mundo é só uma e tenho a certeza que a nossa parte nesse todo também é uma só...



Parabéns!


Sim, ainda acredito que um dia haverá girassóis em todas as janelas!
Os anos passam por nós como flechas enviadas a uma velocidade alucinante, vão deixando um rasto de memórias que não se perdem e fazendo-nos evoluir num crescimento sempre constante.
A infância é o alicerce da nossa vida, é nesse curto espaço de tempo que edificamos todo o nosso ser e definimos as linhas que nos guiarão no futuro. Nesse tempo ensinaste-me tu a escrever e a contar, a subtil diferença entre o bem e o mal e mostraste-me a força de um Anjo na luta pela Vida. Mostraste-me o mundo com toda a dedicação e Amor. Tudo o que sou sei que a ti devo.
E com um medo incontrolável que as lágrimas me corram pela face digo-te apenas que ainda acredito que um dia haverão girassóis em todas as janelas.
Um dia ousaremos colocar a primeira pedra. Sim, ousaremos!
Parabéns!

sexta-feira, maio 19, 2006

deixar-me respirar

Passei toda a tarde a ouvir Doors, letras fantásticas e uma sonoridade que me soa sempre a familiar, suspeito que existam até cheiros que emanam das colunas quase surdas tão próximo que o som me deixa de certos lugares.
As portas são sempre passagens, muitas vezes saídas rápidas ou mudanças, seja do espaço ou de nós próprios. Caminhamos por entre elas, muitas vezes sem nos apercebermos, e damos vazão a uma nova realidade, a um novo espaço. Selamos tantas que raramente nos apercebemos que a chave para as suas fechaduras está ao nosso alcance. Simplesmente não a procuramos e passamos a agir como se a porta fosse apenas uma parede. Falso engano.
Infelizmente passamos tanto tempo a tentar descobrir portas que nos esquecemos que o mundo pode ser visto de uma janela, que ela nos pode alargar o horizonte para além do imaginável. É possivel escapar por uma janela enquanto as portas nos parecem fechadas. Há imenso tempo que não procuro uma janela para respirar, deixo-me ficar à espera que a chave acerte na fechadura lacrada de uma porta imaginada.
Ontem essa janela foi-me oferecida. Ao abri-la ouvi o sublime som de uma gota de àgua a cair, o voo rasante de um pássaro colorido e pensei na perfeição deste pequeno gesto. A mesma perfeição que reside nos pormenores estava ali, para além da pequena janela aberta num estado quase primitivo e em todo o seu esplendor...
Esqueco-me tantas vezes como é bom respirar e sentir o mundo a abrandar até se mover ao som das batidas do coração....

domingo, maio 14, 2006

uma porta sem dúvida...

A Profecia Celestina ou La Prophétie des Andes veio ao meu encontro na quinta-feira, por coincidência claro está, se acreditasse eu em coincidências.
Mas não acredito.
Ou pelo menos não acredito com a conotação que a palavra tem no dicionário.
O dia já estava no fim, e as chamadas coincidências tinham sido mais que muitas durante o dia, e explicava eu que o mundo todo era concertado e que nada acontece por acaso. As palavras no jornal, as pessoas que se cruzam connosco, os sinais que o ambiente nos proporciona, nada é um simples acaso ou um encontro fortuito.
Foi nesse instante que a minha OutraParte me transmitiu a ideia do livro. Como muitas vezes já me sugeriu outros livros que eu nunca li, que simplesmente nunca procurei. A mesma OutraParte que tantas vezes me transmite mensagens que finjo ignorar, que me incentiva a encontrar um equilibrio ou simplesmente a tentar fazer tudo ao contrário.
Esta mensagem atingiu-me no momento perfeito e procurei-o, o mundo concertou-se para que o encontrasse, escondido sob outro nome e mesmo sem saber o nome do autor. Acabei por saber que o livro já foi escrito há treze anos mas que nunca tinha vindo ao meu encontro.
As coisas acontecem no seu espaço temporal devido, nem antes nem depois, essa parte já eu percebi.
Li-o ontem, para ser sincero devorei-o ontem. Passei toda a tarde dedicado a uma leitura absorvente e com bastante sentido, só o acabei de ler pela madrugada e as reflexões em que me deixou absorvido impediram-me de dormir por mais algumas horas. Realmente é um livro fantástico e que coloca várias questões pertinentes e bastante actuais. As revelações, as coincidências, as energias, as mensagens, o mundo concertado, tudo se encaixa numa realidade que é a minha e foi-me transmitido no tempo ideal. Chega a ser tão estranho que é dificil acreditar na mensagem.
Há uns tempos li num dos famosos pacotes de açucar "sábios" que os livros não mudam o mundo, porque quem muda o mundo são as pessoas, os livros apenas mudam as pessoas. Tão simples e tão verdadeiro. Somos seres mutáveis e sempre adaptáveis. Felizmente.

O livro está aqui e já fez o seu papel na minha mão, será então transmitido a um outro alguém, no seu tempo exacto, para que cumpra o destino dos livros importantes... mudar as pessoas. Ou pelo menos deixar uma mensagem, um momento reflexivo...

sexta-feira, maio 12, 2006

E se fôr?



Não é fácil... Mas, talvez seja uma porta...

terça-feira, maio 02, 2006

pedaços de um tempo...

(...)

- estás feliz?

- o que é isso?

- não sejas assim...

- pergunta simplesmente retórica.

- vai-se sendo feliz...

(...)


Simplesmente verdadeiro!