Ser Mulher... Ser Invencível?
Como hoje já é dia 9, apetece-me escrever sobre a mulher. Inventaram o dia de ontem para isso, mas não nos explicaram o que devemos fazer no nosso dia. Por isso, e como este dia me deixa um pouco confusa, pois não sei se hei-de celebrá-lo ou censurá-lo, escrevo hoje sobre a mulher, para não caír em mecanismos publicitários. Hoje, pensei sobre a mulher, pois pensei na beleza. Como mulher, sei a importância da beleza na sociedade actual, mas surpreende-me que essa beleza não sirva o verdadeiro papel da mulher na sociedade, mas antes o desejo de passar despercebida ou totalmente percebida. A beleza disfarçada de maquilhagem ou de um lindo vestido constituía uma arma feminina, há algumas décadas atrás. Hoje em dia, é tão normal como o telemóvel ou a carteira. Sem a beleza assim disfarçada, não podemos saír de casa. Porquê? Para quê? A resposta a estas questões não tem nada de fútil ou de acessório. Basta reparar na sociedade actual. A aparência é o mais importante e, quando nos disfarçamos de mulheres fatais, escondemos muitas vezes inseguranças, medos, incertezas. Somos umas vaidosas, nós Portuguesas, mas também somos as mais tradicionais. Não é estranho? A falta de realização pessoal ainda presente em tantos destinos femininos no nosso país constitui uma das grandes causas desta mascarada diária. Não é só futilidade. Na maior parte das vezes, nem sabemos o que isso é. Ser mulher, afinal, não é nada fácil. Exigiram-nos duras provas ao longo da história, fomos Padeiras de Aljubarrota, Inêses de Castro, Donas Rosalinas, Tias Cinhas, Rainhas, Escravas, Mães, Filhas, Netas... Mas fomos. E, hoje, o que somos? Onde está o sorriso tímido e o olhar disfarçado? Onde estão as faces coradas? Onde está a frescura da adolescência nas nossas adolescentes? Onde está a ingenuidade? Nada disso! Somos mulheres, mas não somos o sexo fraco! Vamos lutar pela igualdade de direitos no trabalho, em casa, na família e na sociedade em geral! Vamos bradar aos céus que somos boas! Arregacemos as mangas, mulheres do futuro, vamos mostrar que não precisamos dos homens para nada! O que é acontece? O que é que aconteceu? Transformámos a nossa feminilidade em algo parecido com a masculinidade. Deixámos de ser mulheres, para deixarmos de ser fracas. Agora, para provarmos que ainda temos algo de feminino em nós, andamos com cores berrantes, a cara pintada e um letreiro nas costas: AJUDEM-ME!
Tenho muito orgulho em ser mulher. Mas, também me sentiria orgulhosa, se fosse homem. O que importa é a complementaridade perfeita entre os dois. Assim como a maquilhagem, o mundo está cheio de outras máscaras. Já não se confia em ninguém. Nasce-se com um destino: o de provar que se é bom (onde é que eu já ouvi isto?). Para isso, guardemos os sentimentos para mais tarde. Façamos o nosso papel de mulheres e homens de ferro e continuemos. O futuro está aí, à nossa frente, à nossa espera. O que acabou de acontecer há um minuto? Passado, não interessa! É por isso que cometemos vezes e vezes sem conta os mesmos erros. Esquecemo-nos que temos um passado. E depois chegam os dias 8 de Março e estendemos a bandeira: SOU MULHER! Mas, e antes do dia 8? E depois do dia 8?
Será que o dia 8 é, afinal, o único dia do ano para sermos mulheres? O que andamos a fazer o resto do ano?
Voltemos a Eva e descubramos nela a origem da riqueza que possuímos em sermos mulheres. Adão e Eva. Dois. Um só. Sem mais nada.
Tenho muito orgulho em ser mulher. Mas, também me sentiria orgulhosa, se fosse homem. O que importa é a complementaridade perfeita entre os dois. Assim como a maquilhagem, o mundo está cheio de outras máscaras. Já não se confia em ninguém. Nasce-se com um destino: o de provar que se é bom (onde é que eu já ouvi isto?). Para isso, guardemos os sentimentos para mais tarde. Façamos o nosso papel de mulheres e homens de ferro e continuemos. O futuro está aí, à nossa frente, à nossa espera. O que acabou de acontecer há um minuto? Passado, não interessa! É por isso que cometemos vezes e vezes sem conta os mesmos erros. Esquecemo-nos que temos um passado. E depois chegam os dias 8 de Março e estendemos a bandeira: SOU MULHER! Mas, e antes do dia 8? E depois do dia 8?
Será que o dia 8 é, afinal, o único dia do ano para sermos mulheres? O que andamos a fazer o resto do ano?
Voltemos a Eva e descubramos nela a origem da riqueza que possuímos em sermos mulheres. Adão e Eva. Dois. Um só. Sem mais nada.
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