lições de trazer por casa...
Levantei o meu pequeno anjo e deixei-a por momentos lá bem no alto. Sussurrei-lhe ao ouvido - vais ser grande. Certamente não compreendeu onde eu queria chegar mas gostou. Pediu-me uma segunda vez e uma terceira. Toda a gente gosta de voar, mesmo que apoiada. Chamou a atenção de todas as vezes que levantou os pés do chão. Não a obteve. Nem uma única vez. Não desanimou nem por um escasso segundo.
Deu-me uma lição de vida em breves momentos.
Algo que recordarei certamente.
Sentei-a então no meu colo e no meio da euforia partilhei com ela alguns dos males do mundo. Não lhe ensinei nada, não era esse o objectivo. As pessoas aprendem sozinhas os males do mundo, infelizmente. A sala não era só nossa, mas do outro lado um dos males do mundo tinha-se materializado e não estava connosco. Não dei importância, o voo é um sonho solitário e ninguém consegue compreender, ninguém acredita. Só quem voa. Essa lição tinha aprendido há poucos segundos com o meu pequeno anjo.
Mostrei-lhe então uma moeda pequena e outra maior. Pedi-lhe que escolhesse uma e que a guardasse com ela. Poderia escolher uma qualquer. Inteligente como é virou as moedas e descobriu o seu valor. A pequena era mais valiosa. Sorriu. Pensou ter descoberto o segredo. Tinha-me ludibriado e estava radiante. Soltava gargalhadas puras e inocentes.
E sem mais escolheu a maior.
Tinha a plena consciência que a mais pequena era mais valiosa, mas escolheu a maior. Por momentos caí na realidade e assumi que devido à sua tenra idade escolhia sempre a coisa maior, independentemente do valor. Perguntei-lhe. Respondeu-me com um sorriso rasgado que não a iria gastar, que seria para guardar, e que como tal, eu ficaria com a de maior valor para lhe poder comprar uma prenda.
Mostrei-lhe então uma moeda pequena e outra maior. Pedi-lhe que escolhesse uma e que a guardasse com ela. Poderia escolher uma qualquer. Inteligente como é virou as moedas e descobriu o seu valor. A pequena era mais valiosa. Sorriu. Pensou ter descoberto o segredo. Tinha-me ludibriado e estava radiante. Soltava gargalhadas puras e inocentes.
E sem mais escolheu a maior.
Tinha a plena consciência que a mais pequena era mais valiosa, mas escolheu a maior. Por momentos caí na realidade e assumi que devido à sua tenra idade escolhia sempre a coisa maior, independentemente do valor. Perguntei-lhe. Respondeu-me com um sorriso rasgado que não a iria gastar, que seria para guardar, e que como tal, eu ficaria com a de maior valor para lhe poder comprar uma prenda.
Perfeito.
O meu pequeno anjo já sabia a lição antes de eu tentar explicar. Conclui-lhe apenas em palavras serenas que o dinheiro é muito pouco importante, mas que, actualmente e infelizmente, compra o mundo. Repetiu todas as palavras sem um pestanejar.
E como se partilhasse do meu fio condutor e me conseguisse ler nos olhos o que eu diria a seguir exclamou -Hoje ninguém me ligou nenhuma!.
E como se partilhasse do meu fio condutor e me conseguisse ler nos olhos o que eu diria a seguir exclamou -Hoje ninguém me ligou nenhuma!.
Sorri, mas não fui capaz de lhe mostrar o segundo grande mal do mundo. Não lhe conseguiria explicar que quando crescer vai entrar numa sociedade virada para dentro. Para o próprio umbigo. Não fui capaz de destruir um grande sorriso com a realidade nua e crua que nos rodeia. Levei-a novamente a voar e soltei gargalhadas conjuntas sem sentido.
Talvez um dia ela partilhe o sonho de outras duas almas que por cá andam em mundos em paralelo... talvez um dia também acredite nas pessoas... incondicionalmente.
Talvez um dia ela partilhe o sonho de outras duas almas que por cá andam em mundos em paralelo... talvez um dia também acredite nas pessoas... incondicionalmente.
Talvez seja genético!
1 Comments:
Uma lágrima que corre logo de manhã... Os meus dois pequenos Anjos... Que saudade...
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