Ressaca literária
Recostou-se.
Acendeu um cigarro e saboreou os primeiros tragos expelindo o fumo espesso que formava uma cortina entre os olhos e o mundo.
Pousou-o no cinzeiro ainda vazio e deixou-se ficar. Pensamentos divergentes e recorrentes. O relógio continuava avidamente a rodar indiferente.
O cigarro, esse já se tinha apagado, consumido e desaparecido quando deu pela sua falta.
Lentamente voltou a si, o silêncio que tinha chegado à pouco tempo não o incomodava, sentia que ele tinha estado sempre lá apesar de ter colocado uma música a tocar...
Lembrou-se de palavras... Sempre as palavras... Algúem já tinha escrito o que agora pensava... não as procurou... sabia-as de cor...
Lembrou-se de palavras... Sempre as palavras... Algúem já tinha escrito o que agora pensava... não as procurou... sabia-as de cor...
A ressaca de um livro é dos mais altos momentos criadores...
Recordou com um sorriso nos lábios... tão verdadeiro... sabia-se nesse mesmo estado mesmo sem se aperceber...
Procurou então outras palavras, não as tinha relido pois gostava de guardar na memória o êxtase da primeira vez que as lera... mas a altura era a indicada...
Procurou então outras palavras, não as tinha relido pois gostava de guardar na memória o êxtase da primeira vez que as lera... mas a altura era a indicada...
cor-de-rosa para o afecto, azul para os sonhos, cor-de-laranja para a alegria, verde para a sabedoria, vermelho para o Amor...
Voltou a observar a imagem... nela vários baldes de tinta esperavam ser esvaziados... o maior... o maior era o azul... uma pequena lágrima teimou em aparecer... tantos e tão fugidios... relembrou de quando não foi capaz de responder a uma simples pergunta... as palavras que lhe fugiam... Sempre as palavras...
Deixou-se voar pelas entrelinhas da sensação que o abraçava... E procurou uma caneta.
Entre as notas musicais deixou um pedaço de si...preencheu páginas em branco como há tanto tempo não o fazia... sem medir virgulas ou palavras e a paz veio por um instante libertá-lo de si mesmo...
Numa das páginas deixou coladas palavras de Fernando Pessoa...
A Arte nasce sempre de alguma Paixão! ...
4 Comments:
desculpa vir aqui ... ou melhor, deixar aqui qq coisa ... este espaço é tão vosso q preferia n deixar cá palavras minhas ...
mas fiquei de queixo caído com o que escreveste (apaguei o resto do q escrevi, isto basta, o resto certamente entendes)
Hoje acabei os exames, mano. Regresso ao Mundos e ao mundo. Vinha tão decidida a escrever, mas não sei o que dizer. Ainda bem que compreendeste... Hoje, disse a Alguém: "Envia-me aquilo de que preciso para aprender!" Incrível como as respostas chegaram depressa... Adoro-te! (lágrimas que correm... oiço o coração a bater...)
greentea, é um prazer lêr-te por cá :) é espantoso o que acontece quando leio o que escreves... um dia, talvez te conte ;)
eeerrr ....
espero então q um dia me contes :)
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